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Ideias são à prova de balas




"Em V de vingança, não há muitos personagens alegres e descontraídos; e é pra gente que não desliga a TV no horário do noticiário" (David Lloyd)

















É com essa frase que o David Loyd, ilustrador do comic book V de Vingança, termina o seu prefácil. Não é difícil de se imaginar que daí em diante vem coisa boa!







V de Vingança, foi lançado, em sua primeira versão, em 1982, porém, a versão completa só chegou ao público em 1988. A história se passa num pseudo-futuro, em 1997, na Inglaterra dominada por regime totalitário após uma guerra nuclear. Neste contexto, surge um mascarado, que se autodenomina "V", opondo-se à este governo, lutando pela liberdade e justiça para o povo inglês, começando por explodir as casas do parlamento inglês.










A inspiração de V para tal feito, foi a Conspiração da pólvora, quando um um grupo de católicos tentaram por diversas vezes derrubar o poder aristocrático e matar o rei Jaime I. Uma dessas tentativas mal-sucedidas, foi explodir o parlamento inglês, no dia 5 de novembro, planejado por um especialista em explosivos chamado Guy Fawkes, o V que tem sua máscara inspirada nesse cara aí.










A história foi escrita por Alan Moore, um cara bem louco, autor de histórias em quadrinho como The Watchmen, Do Inferno, Constantine e até alguns capítulos do Batman. Apesar de V de Vingança ser uma ficção, assim como o livro 1984 de George Orwell (do qual, Alan Moore faz alusões), a obra traz uma boa crítica à perda da cultura e a dominação da sociedade através do poder político e meios de comunicação de massa. Até mesmo na semelhança entre Adolf Hitler,e o personagem Adam Sutler, até no nome (rá! pegou?).







O quadrinho foi escrito num momento bem propício, a Inglaterra estava implementando o sistema capitalista neoliberal, e o comunismo comia solto na União Soviética com Stalin. É possível ver que V de Vingança, não só faz críticas à tais diretrizes políticas não trazem nada de bom para sociedade, mas também como o conformismo geral diante disso.
















Tanto o quadrinho quanto o filme são ótimos, e obviamente, por se tratarem de formatos diferentes, as abordagens são diferentes, o problema é que a a adaptação cinematográfica passou um pouco da dose; mudou muitas coisas, tirou ótimas cenas e diálogos, e tornou porém não deixou de ser uma bela obra, com seus efeitos visuais e tudo mais, entretanto, agora consigo entender porque Alan Moore não aprovou aprovou a adaptação, que, diga-se de passagem, ele não aprovou nenhuma até hoje!







Bom, e ao som do Pride & Glory, tocando Troubled Wine, boa noite a todos!







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