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Entrevista: Juninho do Ratos do Porão

Entrevistamos para o Quintal dos Fundos, o Juninho, do Ratos de Porão, que está há 8 anos na banda. Nos conta um pouco da sua trajetória, bem como seus planos futuros. Vamo lá!



1) Antes de tudo, muito obrigado por aceitar a entrevista! Como rolou de você começar a tocar com o Ratos de Porão?

Obrigado a você por mandar a entrevista! Minha relação com o ratos começou com minha entrada na equipe, quando eles estavam precisando de um roadie. A banda estava parada pela operação que o gordo fez de redução do estômago, daí quando voltaram montaram equipe nova, daí que eu entrei fazendo guitarra e baixo. Na época era o fralda o baixista, e trampei por alguns meses somente, daí ele decidiu deixar a banda, então eles me perguntaram se eu não estava afim de tocar.
Inicialmente era por um tempo, não sabiam o que iam fazer, rolou até uma idéia do jabá voltar pra banda, mas isso não aconteceu, então eu fui chamado pra ser da banda mesmo, definitivo.Isso foi no começo de 2003, como roadie, e lá pro meio do ano comecei a tocar, são 8 anos já com os caras!


2) O Ratos já tocou muito na gringa, qual é a diferença de tocar lá e aqui?

A banda foi uma das primeiras a sair do país, isso desde os anos 80, desde então o ritmo sempre se manteve, todo ano festivais e shows bons na europa, e eu peguei bastante disso. América do sul por pelo menos uns 4, 5 países,
fomos pro méxico, e pra europa já fui mais de 10 vezes. Exites uma diferença sim por você estar em outro país, a galera se comporta diferente, cada país de um jeito, é muito classe conhecer essas culturas, fora que tem os rolês pelas cidades, trocar idéia com o pessoal local, é uma das melhores coisas de vida.
Tocar aqui no Brasil é bom demais, a galera se identifica muito mais, pelas letras, pela língua, e o ratos é uma banda que manteve 100% o respeito durante esses anos. Quanto ao lance profissional de shows e tal, a gente toca em todo tipo de lugar, aqui no país e fora, já pegamos roubadas de som ruim aqui e lá fora também, achar que na gringa tudo é de ouro é pura ilusão, tem tosqueira também.


3) Você é straight edge, né? Qual é a emoção de tocar "Beber até morrer"?

Sou vegan straight edge desde que comecei a me envolver com o punk-hardcore, e exclusivamente a música "beber até morrer" ela não tem uma conotação de bêbado podre, mas sim o lance de você usar a bebida para resolver seus problemas, então ela não é uma música de apologia ao álcool.
Eu não me importo de tocá-la, sendo que também a banda tem outras letras antigas falando outras paradas piores!! mas eu encaro como qualquer fã de ratos de porão, a banda sempre foi assim, eu amo a banda de criança, e tocar com eles não me dá nenhum tipo de sentimento de não curtir as letras e tal.


4) O que você curte de literatua e cinema? Esse tipo de coisa também te influencia para compor?

Eu curto algumas coisas sim de literatura, Kundera, Noam Chomsky, William Perer Blarry, Eduardo Galeano, mas te confesso que não sou um leitor assíduo. Pego um livro e demoro muito pra ler, e fora esses que eu citei, gosto muito de ler livros com histórias da música, como aquele da vida do Tim Maia, do Melson Motta, ou livros sobre a vida de músicos de jazz, Charles Mingus, John Coltrane, Miles Davis, Gil Scott Heron, etc.
Influencia muito! São idéias que estavam guardadas dentro de um livro, daí à partir de que elas entram na sua mente, você acaba sendo influênciado no dia a dia, é inevitável, da forma de pensar e automaticamente na forma de compor.

5) Falando em cinema, como foi a produção do Guidable?

O Guidable já era uma vontade antiga da banda, principalmente da parte do gordo, que tinha a maioria do materiala ali do filme. O Gordo começou a separar as coisa que ele queria usar, daí com nossos amigos da black vomit (rick e marcelo) começou a rolar uma organização dos materiais, separaram tudo por ordem cronológica, começaram as entrevistas com todos os membros, e foram juntando milhares de horas de material. Eu imagino o trampo que foi começar a editar tudo aquilo, foram horas e horas de muita concentração pra ter saído legal daquele jeito.É um filme engraçado demais, mesmo pra quem não curte a banda dá pra assistir e se divertir.


6) Você também tem outras bandas. Quais os planos com elas?

Além do ratos eu toco em outras 3 bandas: Discarga, O Inimigo e Eu Serei A Hiena.

Todas as bandas gravam discos, ensaiam bastante, fazem shows, então estou sempre na correria pra dar conta de tudo. O Inimigo acabou de gravar o disco novo, irá sair em agosto de 2011, o Discarga deve ficar parado até outubro, e o Eu Serei A Hiena está começando a compor músicas novos para um disco novo, que não temos ainda planos de quando gravar.



7) Haverá um novo disco do Ratos em breve?

Ano passado estávamos compondo músicas novos, daí pegamos algumas delas e gravamos o 10" split com uma banda da espanha, o looking for a answer.Depois disso paramos de ensaiar e continuar com as composições, mas temos algumas já prontas e muita idéia na cabeça. Não existe uma previsão para um disco novo, mas espero em breve voltarmos a compor para desenvolver isso.

Valeu, Juninho!

Palestra - Luiz Ruffato

Na próxima sexta-feira (17/06),  escritor Luiz Ruffato dará uma palestra sobre Crítica Literária, na Escola São Paulo.


Clique aqui para maiores informações.

Cannibal Corpse volta ao Brasil

O Cannibal Corpse é uma banda que não decepciona seus fãs brasileiros. Mais uma vez, eles tocarão por aqui. O show está confirmado para o dia 03/12, no Carioca Club. Dessa vez, virão com eles as bandas The Black Dahlia Murder e Suicide Silence. 


Esperamos que as "diferenças musicais" das bandas de apoio não façam com que muitos fãs desistam de ver o show.


A última passagem do Cannibal por aqui foi em fevereiro do ano passado.

Tool no Brasil?


Há especulações de que o Tool tocará no Chile no festival Maquinaria. A produção é a mesma aqui no Brasil, mas sob o nome de SWU.

Será que dessa vez a banda passará pelo Brasil? Esperamos que sim.

Entrevista: Banda Tomada

A Banda Tomada está lançando agora o seu álbum intitulado o Inevitável, então aproveitamos para conversar um pouco com os caras sobre o som deles e o novo trabalho.


1- Primeiramente, gostaria de agradecer ter aceitado da entrevista, então vamos lá! Como a banda surgiu?

Ricardo Alpendre - Foi lá pro fim do ano 2000. Daquela pré-história original só está o Pepe. Eu entrei logo depois, no Carnaval de 2001. Naquela época nosso trabalho era bem engraçado. Por algum motivo, o som me lembrava uma grande banda, os Pink Fairies, tanto nas coisas boas quanto nas ruins...


2- É possível ver uma grande influência setentista no trabalho de vocês, quais as maiores influências para as músicas da banda?

Pepe Bueno - Somos uma banda de Rock, cinco caras que tocamos pra valer (rsrs). Tudo influência a música, esse é segredo de quando você senta com um violão ou surge uma melodia na sua cabeça. Sinceramente, não estamos presos ou obrigatoriamente fazemos um unico estilo de som pra agradar uma certa galera. É bem institivo assim que estamos deixando fluir.

Lennon - O Rock é a nossa base. Cada um agrega elementos que contribuem para cada canção.

Ricardo Alpendre - Se você somar as influências individuais de todos, nossa gama de influências é muito extensa. Eu, por exemplo, considero como influências tudo o que já ouvi e curti, e muitas dessas influências não são perceptíveis por quem ouve, porque elas estão na vivência, no modo de interpretar a vida na música, e não exatamente na forma e nos arranjos. Por isso não hesito em dizer que tenho Noel Rosa e Louis Prima entre minhas maiores influências, entre outras coisas diversas, embora a forma musical não tenha ligação.


3- Além da música, o que mais lhe influencia para vocês comporem?

Lennon - Adoro compor depois de assistir filmes. Principalmente aqueles filmes que você assiste sem “piscar os olhos” (rsrs). E o que me inspira muito também é a rua, seja uma volta no quarteirão ou uma caminhada pelo centro da cidade, fico observando como tudo se comporta (rsrs).

Ricardo Alpendre - As experiências de vida e os livros. A maior parte da sabedoria está na literatura. Não as biografias de artistas da música que a gente gosta. Também são legais, mas falo dos grandes livros mesmo, os grandes clássicos.


4- Com quem você já dividiu o palco que lhe trouxe maior emoção?

Ricardo Alpendre - O bluesman brasileiro André Christovam me deu a honra de cantar nos shows de 35 anos de carreira dele. As pessoas do nosso movimento artístico atual, da cena independente brasileira mesmo, também nos causam boas emoções quando dividimos o palco: o pessoal do Pedra, do Baranga, Carro Bomba, Cascadura, Cracker Blues, Crazy Legs...


5- Quais são os nomes da música atual que lhe chamaram a atenção?

Lennon - Atualmente tem muita coisa boa, ou contrário do que possa parecer. Gosto muito das bandas: Volver, Transmissor, Jennifer Lo-Fi, Moxine, Druques, e por aí vai...


6- Como foi gravar o álbum O Inevitável? Conte-nos!

Pepe Bueno- Caraca man, foi longo (rsrsrsrs). Mas estamos felizes com o resultado, é uma fotografia do Tomada e de tudo o que aconteceu até chegarmos aonde estamos. Rock com pulsação, com vida era isso que eu realmente queria.

Lennon - Totalmente ROCK’N’ROLL!!! (rsrs)

Ricardo Alpendre - Foi simplesmente muito bom poder registrar as melhores músicas que já fizemos. Mesmo tendo que pensar em um orçamento limitado, lidar com nossas capacidades e defeitos técnicos. Tudo foi extremamente humano, como as canções são.


7- Quais são os planos para o futuro?

Pepe Bueno - Shows, luzes, rock,articulações,entrevistas, violão,guitarras, voz, banda e proximo disco!!! Estamos superantenado em tudo e vamos contar isso tudo do nosso jeito com a nossa verdade! Iremos tambem gravar um clipe da música "Ela não tem medo", chamei minha irmã Sara Antunes, que tá arrebentando nos palcos de teatro pelo Brasil e disse ei Sara não quer fazer um favor pro seu brother aqui rsrsrs, ela tpouo na hora, espero que seja a primeira vez de varias...


8- Tem algum recado para os seus fãs?

Lennon - Galera, precisamos valorizar todas as bandas que lutam pra fazer Rock Autoral no Brasil. Vamos exigir que bares e casas de show contratem essas bandas. Chega de banda de couvers! Antes que seja tarde!

Ricardo Alpendre - Totalmente apoiado!

Valeu!

A banda é formada por;


Ricardo Alpendre - Voz
Márcio Luiz Gonçalves - Guitarra
Lennon Fernandes - Guitarra
Pepe Bueno - Baixo
Alexandre Marciano - Batera

Se você quer conhecer mais sobre o trabalho dos caras, clique aqui. Também tem o MySpace. Por hora, confira ai como foi trabalho dos caras na gravação.






A banda Tomanda vai tocar em Sampa na semana que vem (sábado, dia 18), em Bragança Paulista e dia 17 de julho aqui em Sampa, no Centro Cultural São Paulo. Quem puder, compareça! Eu já vi e vale a pena!

9 coisas que você não sabia sobre Bob Dylan

Mais um post do especial do mês! Bob Dylan! Veja aí as 9 coisas que você não sabia sobre ele.

Dylan ofereceu maconha aos Beatles

Segundo o escritor Bob Spitz, autor de uma das principais biografias dos Beatles, John Lennon era fã do Dylan e em 1964, teve a oportunidade de conhecer o cantor. E o tal do Dylan aproveitou o papo para oferecer um baseadinho para os Beatles. O mais legal é o encontro rendeu grandes influências no trabalho de ambos dalí em diante.

O inovador clipe de "Subterranean Homesick Blues"
Dylan é considerado um dos precursores do videoclipe por causa de "Subterranean Homesick Blues", de 1965. Nele, Dylan fica parado em frente à câmera segurando pôsteres com trechos
da letra da música. Na verdade, não se trata de um clipe propriamente dito, e sim parte da sequência inicial do documentário "Don't Look Back".

David Bowie fez uma canção para Bob Dylan
Em 1971, David Bowie escreveu uma canção para Bob Dylan apropriadamente intitulada "Song for Bob Dylan". Nela, o cantor falava sobre a influência de Dylan para a sua geração, lamenta discos difíceis de encontrar e pedia que voltasse à sua forma antiga.

Woody Allen definitivamente não é um fã
Em "Annie Hall" (no Brasil, o filme ganhou o esdrúxulo título de "Noivo Neurótico, Noiva Nervosa"), filme escrito por Wood Allen, há uma personagem que faz o papel de fã do Dylan, e em certa altura do filme, Allen conhece a conhece. Ela que recita a letra de "Just Like a Woman" para ele. A cara que Allen faz quando ela tenta convencê-lo da profundidade de versos como "And she aches just like a woman / But she breaks just like a little girl" é uma prova clara que ele não está nem um pouco convencido do talento de Dylan.

Bob Dylan tocou em Woodstock... em 1994
Pois é. O cara tocou naquele show de merda, realizado para festejar os 25 anos do Woodstock.
Agora você se pergunta: Por que ele não tocou no Woodstock original? Ninguém sabe ao certo o que aconteceu. Apesar de ser um dos artistas mais importantes da década, Bob Dylan não tocou no festival mais emblemático do rock. Dizem que ele não quis participar do evento porque estava de viagem marcada para a Inglaterra.

Dylan já tocou para o Papa
Em 1997, Bob Dylan fez um show em Bologna, na Itália, diante um convidado bastante especial: o Papa João Paulo II. Na ocasião, tocou "Knocking on Heaven's Door" e "A Hard Rain’s A-Gonna Fall". Antes de performance, quando falava ao público presente no local, João Paulo II citou trechos de uma das composições mais famosas de Dylan, "Blowin' in the Wind", em sua homília: "Você diz que a resposta está no vendo, meu amigo. Mas não está no vento que sopra as coisas longe, está no sopro no Espírito Santo".


Like a Rolling Stone com os Rolling Stones e o Dylan
Dylan veio ao Brasil pela segunda vez em 1998. Na ocasião, ele foi escalado para fazer os shows de abertura da turnê dos
Rolling Stones no país. Como Mick Jagger e companhia estavam tocando o clássico de Dylan "Like a Rolling Stone" em suas apresentações (a versão dos Stones para a canção havia sido lançada três anos antes), nada mais natural que convidar o autor da música para um dueto. Os shows em São Paulo e Rio de Janeiro e mais as performances na Argentina foram os únicos daquela turnê dos Stones a contar com a participação de Dylan. O dueto foi um pouco tenso, afinal não houve muito tempo para ensaiar, mas valeu pelo encontro histórico.

Dylan e os quadros sobre o Brasil
A mais recente passagem de Bob Dylan pelo Brasil, em 2008, serviu de inspiração para o músico pintar uma série de quadros sobre o país. As obras foram expostas num museu em Copenhague, na Dinamarca, em 2010, e chamaram a atenção por tratarem de temas como pobreza e violência - uma das pinturas inclusive mostra um corpo no chão, em meio a uma poça de sangue. Mesmo assim, na época o cantor divulgou um comunicado dizendo que escolheu o Brasil como tema porque gostava muito de seu ambiente. Dylan pinta desde os anos 1960. A capa do disco "Self Portrait", de 1970, é uma pintura sua.

Vovô Bob Dylan
O cantor tem nove netos e, segundo relatos, tem um adesivo colado em seu carro em que se lê: "melhor avô do mundo" ("world's greatest grandpa").


Entrevista: Luiz Ruffato

Em setembro de 2009, tive a oportunidade de comparecer à noite de autógrafos do escritor Luiz Ruffato. Naquele dia ocorreu o lançamento de seu livro "Estive em Lisboa e lembrei de você" (crítica aqui). Muito simpático, conversou comigo e algum tempo depois aceitou responder algumas perguntas que encaminhei via email.



1) Luiz, obrigada por participar dessa entrevista e parabéns pelo lançamento de seu novo livro. Você esteve em Portugal e escreveu um maravilhoso livro, falando de amor, esperança e mudanças. Li no site do projeto "Amores Expressos" a seguinte frase: "E não apenas as ligações são fragmentadas: nós também o somos, com nossas identidades em metamorfose". O que essa viagem mudou em você?

Quando fui convidado a participar do projeto Amores Expressos, escolhi Lisboa como cidade-laboratório. Primeiro, porque já conhecia bastante bem a cidade e poderia então me dedicar a escolher com calma os ambientes onde se passaria a história. Segundo, porque eu já tinha tido contato anterior com os imigrantes brasileiros em Portugal, e o paralelo entre a imigração para o exterior e a imigração interna brasileira me interessava como ponto de partida para a ficção. Então, no meu caso, náo houve propriamente mudança, embora seja verdade que em toda viagem, se você estiver afeito a isso, ocorre um salto qualitativo, pois aprende-se algo.

2) Você nasceu em Cataguases, Minas Gerais. Em seu livro "Eles eram muitos cavalos" você retrata São Paulo de uma forma muito completa e intensa. Em que a cidade o afetou ou modificou a ponto de escrever tão intimamente sobre ela?

Eu devo tudo o que tenho, financeiramente, psicológica e profissionalmente, a São Paulo. A cidade é uma das poucas no Brasil em que não se pergunta "filho de quem você é" para aprovar ou negar um emprego... Então, quando em 2000 me foi proposto escrever um romance, pensei imediatamente em pagar um tributo à cidade que me acolheu e me fez ser o que sou hoje.

3) Essa pergunta é uma curiosidade de leitor. Sempre queremos saber o que nossos autores preferidos lêem. Luiz, quais seus escritores preferidos? Qual foi o primeiro livro de impacto na sua vida?

Eu sempre me deixei contaminar por todos os autores que li. Mas, claro, alguns estão presentes no meu universo afetivo e intelectual de maneira diversa de outros. Eu citaria, então, não autores que me influenciaram, mas aqueles que me impressionaram e impressionam ainda hoje: Balzac, Machado de Assis, Tchekov, Faulkner, Pirandello.

4) Truman Capote escreveu o livro "A Sangue Frio" em moldes jornalísticos. Você já foi jornalista. Qual a relação do Jornalismo com suas obras?

Diretamente, o que o escritor deve ao jornalista, e a ele sempre graças, é a disciplina. Nada melhor do que o exercício cotidiano do jornalismo para deixar claro ao escritor que escrever é exercício, é labuta. Além disso, há, claro, um certo treino do olhar, uma certa humildade em saber que o texto que você elaborou e reelaborou torna-se privada de passarinho, no dia seguinte, no caso do jornal, ou nada, se ninguém abre o livro, no caso da literatura... Agora, não vejo nada mais distante da literatura do que o jornalismo. Embora ambos trabalhem com a linguagem, cada um dos ofícios têm com ela uma relação completamente única. O texto jornalístico quer-se mediano, inteligível, objetivo, claro e informativo. O texto literário deseja-se culto, inteligente, subjetivo, deformativo... Onde termina a notícia de jornal começa a prosa de ficção...

5) Para finalizar, o que você perguntaria para você mesmo?
Você é uma pessoa feliz? E eu responderia: sim, muito, apesar de todos os percalços...

Postagem original aqui.

Junkyard Speed Ball, arregaço!



Lançado em março deste ano, o Junkyard Speed Ball, quarto álbum da banda Left Lane Cruiser, surpreende àqueles que já acompanham a banda. Com a participação super interessante do John Wesley Myers (tecladista e vocalista da banda Black Diamond Heavies) em algumas músicas, Fredrick "Joe" Evans IV teve uma maior liberdade nos arranjos da guitarra, sem contar a própria atmosfera que órgão dá a música.


O álbum começa detonando com a Lost My Mind, logo depois Giving Tree, tem solos possuem uma forte influência de Duanne Allman, em seguida a Circus e Shine relembram o bom estilo da banda já trabalhado em outros álbuns: a mistura entre slides e distorções com a bateria crua. Em Hip-hop, a atração voltou toda ao John Wesley Myers, num arranjo tranquilo e suave. 24 Hr é uma música daquela que a gente, "Caralho, que música foda!", um blues com uma puta pegada na bateria e solos fodidos!

Sabe quando a gente escuta Charlie Patton ou Son House, e pensa "Como seria um música atual neste estilo?" então, esta música é Weed Vodka, e o grande barato é que é uma música, apesar de toda influência, extremamente original. Numa pegada bem southern Cracker Barrel, com um timbre de distorção lindo, pra quebrar o ritmo, vem a balada Pig Farm, também com a participação do cara do Black Diamond Heavies, soa bem interessante.

Represent é do caralho, começa num contratempo da batera com guitarra numa distorção sobre bom gosto, além da linha de vocal que está ótima. A Road Again, canção seguinte, apesar de soar como mais uma música do álbum, é boa, mas nada de especial. E, para fechar, tem a At the Denny's é uma música, meio sem sal, mas dá pra escutar, de certa forma, o álbum não terminou bem.

Contudo, fica ai a dica, excelente álbum!

1. Lost My Mind
2. Giving Tree
3. Circus
4. Shine
5. Hip-Hop
6. 24 Hr
7. Weed Vodka
8. Cracker Barrel
9. Pig Farm
10. Represent
11. Road Again
12. At the Denny's



Entrevista no Quintal com Wander Wildner

Entre tantas idas e vindas de novos estilos musicais, modas e afins, sempre nos deparamos com alguns nomes que mantém a sua originalidade a cima de qualquer coisa, e pelo decorrer do tempo, vemos que esses nomes são sempre os mesmo.

Partindo desse pensamento, nós do Quintal, tivemos a ideia de entrevistar o saudoso Wander Wildner, ex-Replicantes, hoje com carreira solo e novos projetos. Bom, vamos lá!

1. Wander, como surgiu a vontade de cantar e tocar?
Em meados dos anos 70, ouvia musica folk com amigos do bairro. Depois comprei um violão, não sabia tocar mas ficava brincando em cima do primeiro disco do Zé Ramalho. Ia muito a shows de músicos locais e comecei a cantar com Os Replicantes em 84, fui aprendendo a tocar com o tempo.

2. Sua carreira mudou bastante após a sua saída do Replicantes, e da onde surgiu o seu estilo portunhol de cantar?
Sempre ouvi musica latino americana, em Porto Alegre tinha muitos shows do gênero. Tenho apego a língua espanhola.

3. E quais as diferenças entre tocar nos Replicantes e na carreira solo?
Nos Replicantes eu era só o cantor e intérprete das musicas que eles faziam. na minha carreira solo eu comecei a compor.

4. Além da música, o que mais te influencia ao compor?
A vida em si. Coisas que acontecem no dia a dia e marcam nossa vida.

5. Com quem você já dividiu o palco que lhe trouxe maior emoção?
Sidney Magal, Hyldon, Zé Rodrix, Eduardo Dusek e Wando.

6. Quais são os nomes da música atual que lhe chamaram a atenção?
A Banda Mais Bonita Da Cidade, Apanhador Só e Rhaissa Bittar.

7. Quais são os planos para o futuro?
Estou trabalhando com mais quatro amigos no projeto Os Últimos Românticos Da Rua Augusta, que estréia dia 15 de julho no Studio SP.

Obrigado, Wander!



Quer saber por onde o cabrón anda e onde vai fazer shows? Clique aqui ó!
Site oficial: http://www.wanderwildner.com.br/

Teatro Municipal de São Paulo reabre dia 12


Após 2 longos anos em trabalhos de restauração, o Teatro Municipal de São Paulo abrirá suas portas novamente. Na verdade, hoje já abriu, mas não para nós, ocorreu um evento fechado lá para os europeus, conversei com várias pessoas do teatro, mas todos foram muito lacônicos e nada ficou muito claro.

De qualquer forma, será no dia 12 deste mês que teremos a programação teatral e musical do teatro, foi prefeito Giberto quem fez o anúncio hoje pela manhã (27). Na reinalguração do espeço, no dia 12 teremos um concerto da Orquestra Sinfônica Municipal, com o Coral Lírico e com o Quarteto de Cordas da cidade de São Paulo.


Disse o secretário municipal de Cultura, Carlos Augusto Calil, que a entrega da obra atrasou justamente por causa das modificações tecnológicas do palco, que foram trabalhosas, em suas palavras "Agora, o teatro fica preparado para receber qualquer espetáculo de qualquer lugar do mundo".



People are crazy and times are strange

Já que o assunto é Bob Dylan, nada melhor do que postar algumas músicas dele.
"Things Have Changed" é trilha do excelente filme Garotos Incríveis.


Em breve mais posts sobre o homenageado do mês. :)

Bob Dylan


Mensalmente o Quintal dos Fundos fará um especial de determinado artista, seja da música, cinema, teatro, literatura, etc, enfim, faremos um especial sobre ele(a)!

Desta vez, escolhemos o meu queridíssimo Bob Dylan, em comemoração ao lançamento de seu primerio álbum, que na última sexta-feira fez 49 anos! Sim, eu sei, estamos meio atrasados, além do que esse especial será para o mês de Junho, mas crio que isso não nenhum empecilho para falar um pouco sobre ele.

Então, creio que poderíamos começar a falando um pouco sobre a história e curiosidades sobre ele. O Robert Allen Zimmerman, como é o seu nome de batismo, nasceu no estado de Minnesota e é neto de imigrantes judeus russos e sua vó lhe chamava de Kyrgyz (hã?). O rapaz passava as tardes ouvindo rádio ao som de grandes nomes do blues e do country; aos dez anos de idade começou a escrever seus primeiros poemas e aprendeu a tocar piano e guitarra sozinho.

Formava bandinhas de rock and roll na escolha mas nada que desse muito certo, até que na universidade descobriu o folk e certa vez, disse assim: "A coisa sobre o rock'n'roll é que para mim de qualquer jeito ele não era suficiente... Havia bons bordões e ritmo pulsante... mas as canções não eram sérias ou não refletiam a vida de um modo realista. Eu sabia que quando eu entrei na música folk, era um tipo de coisa mais sério. As canções eram enchidas com mais desespero, mais tristeza, mais triunfo, mais fé no sobrenatural, sentimentos mais profundos".

Lá, na universidade, começou a se envolver em alguns circuitos de folk, até que em Dinkytown, Zimmerman passou a chamar de "Bob Dylan". Em uma entrevista à uma revista, disse "Você nasce, sabe, com nomes errados, pais errados. Digo, isso acontece. Você se chama do que quiser se chamar. Este é o país da liberdade (...) Eu havia visto alguns poemas de Dylan Thomas. A pronúncia de Dylann e Allyn era parecida. Robert Dylan. A letra D tinha mais força. Entretanto, o nome Roberto Dylan não era tão atraente como Roberto Allyn. As pessoas sempre haviam me chamado de Robert ou Bobby, mas Bobby Dylan me parecia vulgar, e além disso já haviam Bobby Darin, Bobby Vee, Bobby Rydell, Bobby Neely e muitos outros Bobbies. A primeira vez que me perguntaram meu nome em Saint Paul, instintiva e automaticamente soltei: 'Bob Dylan'".

Após longos anos de altos e baixos, em 2004, Bob Dylan foi escolhido pela revista Rolling Stone, como o 2º melhor artista de todos os tempos, ficando atrás somente dos Beatles.


Bob Dylan influenciou, influencia até hoje diretamente grandes nomes da música de todo o mundo.

Continuem acompanhando, este mês ainda sairá muita coisa do Bob no Quintal do Fundos!


Projeto Ideal até 26/6

Depois de passar pelo Museu de Arte Contemporânea de Santiago (Chile), a exposição Projeto Ideal chega ao Centro Cultural São Paulo. Reunindo dez artistas - Albano Afonso (Brasil), Jota Castro (Peru/França), Sandra Cinto (Brasil), Dario Escobar (Guatemala), Regina José Galindo (Guatemala), Carlos Garaicoa (Cuba), José Falconi (Peru), Patrick Hamilton (Chile), Santiago Sierra (Espanha) e José Rufino (Brasil) -, esta é uma proposta organizada em torno de diversos pontos de vista sobre o conceito de "ideal". O projeto surge da necessidade de diálogo e intercâmbio entre artistas de diferentes nacionalidades. Sem curador, a mostra se estruturou a partir de uma dinâmica na qual cada artista confirmado convidava o artista seguinte, fechando assim o conjunto em exposição.

Sandra Cinto

Terça a sexta, das 10h às 20h; sábados, domingos e feriados, das 10h às 18h
Entrada franca - Piso Flávio de Carvalho


Mais informações? Aqui ó!

L.O.V.E. Banana

Saiu na semana passada o clipe para a primeira música da parceria do DJ João Brasil com a vocalista do Cansei de Ser Sexy, Lovefoxxx. A música é quase um ode gringo à malícia brasileira, mas confesso que a letra tem um potencial muito maior do que foi explorado, apesar de ser muito difícil que ela não grude na cabeça. O que falta no gingado sobra na criatividade do estúdio brasileiro Hardcuore, que sempre nos presenteia com criações coloridas e interessantes. Vale o play pela criatividade e o trabalho gráfico.

A Storm of Light e Dark Castle

Chegamos na metade do ano com inúmeros discos ótimos. Bandas como Forgotten Tomb, Shining, Blood Ceremony e Subrosa lançaram discos ótimos, mas o destaque mesmo fica com Dark Castle e A Storm of Light.


O A Storm of Light (formado por membros de bandas como Neurosis, Battle of Mice e Blood & Time) chega ao seu 3º disco (além de 1 EP e 1 Split), intitulado "As The Valley of Death Becomes Us, Our Silver Memories Fade". Em meio ao já saturado post-metal, eles conseguem fazer um som totalmente inovador. Esse disco é o típico caso que faz você correr atrás de toda a discografia da banda, de tão bom que é. Nele há a participação de diversos músicos, como Jarboe (ex-Swans, que já gravou um disco com o Neurosis) e Kim Thayil (Soundgarden). 


O Dark Castle também nos traz um disco novo, "Surrender To All Life Beyond Form". Formada por apenas duas pessoas, a banda nos traz uma sonoridade calcada no sludge e no drone, mas um pouco mais "viajada" que seus trabalhos anteriores. Vale conferir a entrevista que o Intervalo Banger fez com a vocalista Stevie (que também é tatuadora!)



A Storm of Light
Dark Castle 



Eddie Vedder, Seasick Steve e outros lançamentos


Hoje chega às lojas o novo disco do Eddie Vedder, chamado Ukulele Songs. Com o single 'Longing to Belong', o álbum está recheado de composições antiga do cantor, mesclando com versões como 'Can't Keep' e um clássico dos Everly Brothers. Além disso, o álbum conta com as participações especiais do Glen Hansard dos Swell Season e da Cat Power nas vozes.






A fadista Aldina Duarte também regressa esta semana aos discos com "Contos de Fados". José Mário Branco, Maria do Rosário Pedreira, José Luís Gordo e à própria Aldina Duarte escreveram os poemas que podemos ouvir neste registro que a fadista descreve como «livros vertidos para fados tradicionais». Dostoiévski, Herman Hesse, Tennessee Williams são alguns dos autores que inspiraram os novos fados de Aldina.





Outro lançamento português é o da banda You Can't Win Charlie Brown que estréia com o "Chromatic". Os integrantes colocam Nick Drake, Animal Collective e Simon & Garfunkel como grande influência.



Semana passada tivemos alguns lançamentos de reedições. "Ride, Rise, Roar" de David Byrne e os álbuns "Diary of a Madman" e "Blizzard of Ozz" de Ozzy Osbourne, comemorando os trinta anos desde o seu lançamento



Eu não poderia terminar este post melhor, do que falando do velho Seasick Steve (sim, eu sou fã) que hoje lança o seu quinto disco, chamado "You Can't Teach An Old Dog New Tricks". Por enquanto ficamos com o seu single homônimo, escuta ai!

Blecaute

Muito se discute a respeito da origem da verdadeira Literatura Brasileira. Teria ela começado com os romances indianistas, com Machado de Assis ou com a Semana de Arte Moderna de 22? Antes, era apenas uma reprodução do que estava acontecendo na Europa, centro de toda a efervecência cultural. Hoje a discussão ainda existe: nossa Literatura está num chamado Pós-Modernismo? Temos autores que representam muito bem nosso momento da escrita, justamente por cada um seguir seu próprio estilo. Alguns dos nomes conhecidos são Luiz Rufatto, Fernando Bonassi, Fabrício Carpinejar e Marcelo Rubens Paiva. É desse último que tratará esse texto.


Seu nome talvez seja conhecido pela tragédia que envolveu sua família. Seu pai, o ex-deputado federal Rubens Paiva, desapareceu depois de ser torturado durante a ditadura militar. Outro fato triste da vida de Marcelo Rubens Paiva, foi o acidente que sofreu ao mergulhar em um rio aos 20, deixando-o tetrapéglico. Após muita fisioterapia ele recuperou o movimento dos braços e mãos, e assim escreveu seu livro "Feliz Ano Velho", em que relata desde o acidente até sua recuperação.



5 anos após escrever seu romance autobiográfico, Marcelo Rubens Paiva publicou “Blecaute”. Neste livro, ele imagina como seria uma São Paulo pós apocalíptica. Três amigos viajam para explorar cavernas num feriado e acabam presos numa delas após uma enchente. Ao saírem se deparam com a cidade silenciosa e todas as pessoas estranhamente paralisadas. Começam então uma jornada em busca de sobrevivência e de aprenderem a lidar uns com os outros.

Romances pós-apocalipticos são bastante comuns, o que diferencia o de Rubens Paiva é a verossimilhança ao descrever partes da cidade de São Paulo. Exemplos disso são o momento em que os protagonistas resolvem pintar a Avenida Paulista de vermelho e quando resolver explodir os principais pontos da cidade. O autor também mistura o passado das personagens ao contar o dia a dia na nova realidade de silêncio absoluto.


Marcelo Rubens Paiva é uma figura carimbada na cidade de São Paulo. Trabalha no teatro, mantém um blog e recentemente foi lançado um filme baseado em seu livro “Malu de Bicicleta".

Jeff Bridges irá lançar álbum em agosto


Jeff Bridges irá lançar em agosto o seu segundo trabalho como músico. O ator disse que protagonizar o "Coração Louco" foi a inspiração para a sua carreira musical, "Fiquei muito envolvido com minha música e acho que isso é um resultado direto de 'Coração Louco'", afirmou.

Quatro das onze músicas do álbum auto-intitulado foi composta pelo próprio Bridges. A produção ficou por conta de T Bone Burnett, rapaz que trabalhou com o ator no "Coração Louco" e em "O Grande Lebowski" (1998).

Seu primeiro trabalho foi lançado em 2000, pouco depois do lançamento de "O Grande Lebowski", intitulado "Be Here Soon", teve pouca repercussão.



Clapton em Outubro!



Após 10 anos, Eric Clapton volta ao Brasil em outubro para os três shows: dia 6 em Porto Alegre (estacionamento da Fiergs), dia 9 no Rio de Janeiro (HSBC Arena) e dia 12 em São Paulo (estádio do Morumbi).

Por incrível que pareça, antes que você se pergunte, ainda não foram divulgado os preços! Sendo que a venda de ingreços para o show que ocorrerá no Rio de Janeiro começa daqui três dias! Já para a apresentação em Porto Alegre,terá seu ingresso à venda a partir do dia 15 de junho e para o show em Sampa, a partir do dia 23 de junho. Os ingressos para as três capitais estarão à venda, nas datas estipuladas, pelo site www.livepass.com.br.


Ele virá companhado de sua banda formada por Steve Gadd na bateria, Willie Weeks no baixo e Chris Stanton nos teclado, além de Michelle John e Sharon White nos backing vocals.


Já deixo claro que não procurei saber o set list, odeio saber dessas coisas antes. Então, por enquanto, fica um vídeo de um show, só pra dar um gostinho!

Entrevista: Rykarda Parasol



Graças ao last fm, qualquer tipo de música ficou acessível. E graças a ele eu conheci a maravilhosa cantora Rykarda Parasol. Uma vez li que o som dela era uma mistura de Johnny Cash, com Tom Waits e um pouco de Nick Cave. Realmente o som dela tem essas claras influências, mas não pode ser resumido a apenas isso.

Conversei com Rykarda via email algumas vezes e notei que ela era uma pessoa bastante acessível. Pedi para entrevistá-la e felizmente ela topou na hora.



1) Quando você começou a cantar?

Eu comecei a cantar e a escrever músicas a sério mais ou menos ao mesmo tempo, que foi no meu segundo ano na Universidade. Isso foi depois de algumas tragédias. Apesar de ter um grande carinho pela música eu nunca senti que tivesse o direito de segui-la a sério. Quando eu era criança, meus pais, professores e muitos outros me disseram para simplesmente não cantar. Aparentemente eu devia ser insuportável de escutar. È engraçado pensar nisso agora. Eu também era uma criança calma e com o passar dos anos eu acho que minha necessidade de me expressar se tornou mais forte e fazer barulho se tornou inevitável.

O estilo que eu canto agora: o cantar/falar – Eu acho que o desenvolvi em parte porque eu tinha que cantar baixo senão meus vizinhos poderiam me escutar. Mas cantar não é importante para mim. Eu não gosto de cantar apenas por cantar. Eu canto porque há algo a ser dito e uma expressão para transmitir.

2) Como você descreve sua música?
Minha música é pessoal. Ela é esteticamente dark e misteriosa. É mais fácil descrevê-la como “rock noir” já que ela invoca o suspense e o imaginário de uma heroína de filme noir. Às vezes é esquisita e sofisticada.

Outros a compararam a Nick Cave, Lou Reed, Mark Lanegan e assim por diante. Minha música não é diferente do estilo “muder ballad”. Eu não acho, entretanto, que sou única por ser mulher, mas sim pelo meu ponto de vista, que é parte de porque eu quis escrever. Eu acho que minha voz é interessante – entretanto, para mim, é mais importante o que eu digo do que o que eu posso cantar e além disso, eu tomo muito cuidado com a emoção por trás de cada palavra.

3) Quais são suas influências quando você compõe suas músicas? Você as escreve sozinha?
Sim, eu escrevo músicas sozinha. Elas são muito pessoais, então eu não estaria apta para escrever com outra pessoa. Eu posso ser muito tímida e ao mesmo tempo que eu tomo cuidado para não me isolar, eu sei que esse tempo sozinha é necessário para mim. Eu me sentiria muito desconfortável de escrever essas músicas particulares ao lado de alguém.

As melodias vêm facilmente, mas eu posso passar muito tempo nas palavras para encontrar o significado certo. Muitas vezes, o cuidado com as palavras tem uma relação direta com a resolução de algo na minha vida. Meu crescimento como musicista está diretamente relacionado com o meu crescimento como pessoa. Escrever músicas tem me dado perspectiva e compreensão para as lutas internas.

Eu admiro muitos artistas, arte, cultura e coisas que eu vejo quando viajo. Isso tudo tem participação em como eu mudo como pessoa e no que me inspira. Eu sou provavelmente mais inspirada pela filosofia e poesia do que por outros músicos. Eu tomo cuidado para não me isolar completamente. Quando eu viajo, como agora, eu carrego alguns livros de poesia comigo. Eu os releio muitas vezes. De muitas formas, a poesia é tão acessível para mim quanto a música.

4) Você conhece música brasileira?

Eu conheço bem pouco – mais estilos vintage como Os Mutantes, os Gilbertos, e alguma coisa de Caetano Veloso.
5) Além da música, você gosta de outros tipos de arte?
Sim, muito. Eu amo pintura e literatura. Eu sou uma pessoa muito visual e por muito tempo eu trabalhei como ilustradora e às vezes ainda trabalho. Eu planejo e produzo a arte do meu disco do começo ao fim, e muitos dos meus pôsteres. Às vezes eu costuro os meus vestidos que uso no palco. O vestido “Hate” é um exemplo disso. Eu fui para a escola de arte e estudei pintura. Há muitas influências para citar, mas eu sou particularmente apaixonada por “strong lines” e “story”.
Eu também tenho escrito muito. Na verdade, eu gosto de escrever sobre arte combinada com conceitos de arte. Existem alguns assuntos em minha vida que eu sinto que não se encaixariam numa canção. Então eu comecei a escrever ensaios e poesias que existem sem música. Eu postei alguns dos meus escritos mais recentes no meu website.





"A Drinking Song", de seu disco "For Blood and Wine".




Para conhecer mais sobre o trabalho de Rykarda, basta acessar seu site.
Aqui é possível encontrar alguns dos ensaios que ela menciona na entrevista.

Obrigada Rykarda!



Também gostaria de agradecer ao meu amigo Paulo Meirelles pela ajuda na elaboração das perguntas e pela revisão da tradução.

Show do Anathema é cancelado!

Infelizmente, o show do Anathema em São Paulo foi cancelado. Os motivos estão sendo discutidos em diversas redes sociais, mas muitos alegam que um produtor argentino impediu que a banda tocasse aqui.

Vincent e Danny fizeram um comunicado oficial no site da banda. Clique aqui para lê-lo.


A produtora Dark Dimensions irá se pronunciar a respeito da devolução do dinheiro.

Mais uma vez os fãs brasileiros terão que esperar...

Brega e sem-vergonha, só no rebolado

Avalanche Tropical é formado por André Paste, Bonde do Role, Holger, Dago Donato e Drunk Disco. O gosto por brasilidades e coisas que mexem os quadris de qualquer ser humano juntou essa turma num ode aos sons considerados cafonas. No site são reunidas diversas referências musicais dos membros, música para se acabar de dançar e deixar a pose de lado. Impossível dar play em uma das músicas e continuar imóvel.


Aquelas músicas que todo mundo dança no fim de festas, depois de vários drinks, vão ganhando destaque e se tornando atração. Para você que não tem vergonha de ser controlado pelos quadris é um prato cheio e uma ótima oportunidade de mostrar aos seus amigos que brega é mesmo legal. Agora é esperar mais músicas dessa galera que promete também organizar um festival. Valorizar o Brasil pelo que nossa cultura produz de melhor (ou pior) é o grande trunfo da Avalanche, vamos ver até onde eles conseguem levar nosso requebrado brazuca.

Nesse remix, indicado no site, dá para entender um pouquinho mais do que eles estão falando.


Beyonce - Diva (Murlo Refix) by Murlo

As fotografias de Annette Pehrsson

De uns anos para cá houve um boom da fotografia analógica. Quem tem mais de 20 anos com certeza se lembra dos pais/parentes/amigos tirando fotos e depois levando o filme para revelar. No fim dos anos 90 as câmeras digitais tomaram conta e os filmes ficaram um pouco de lado. Mas a história mudou. Basta dar uma olhada rápida em sites como o Flickr para encontrar diversos fotógrafos que revivem a arte da fotografia analógica.

Entre esse fotógrafos temos a sueca Annette Pehrsson. Ela também usa a câmera digital, mas a maioria de suas fotos vem de câmeras como Polaroid e Zenit-B.




Junto com seu namorado, ela tira fotos fantásticas. Utilizando pequenos detalhes, ela cria fotos como essas:



Como dito no início do post, ela também utiliza câmeras digitais e obtém resultados ótimos.



Annette já conseguiu um lugar entre os melhores fotográfos, basta colocar seu nome no google e olhar os resultados. Suas fotos já apareceram até em revistas coreanas e ela tem dois livros para venda.

Para saber conhecer mais fotos da Annette, basta acessar seu site ou seu flickr.

*As fotos deste post foram retiradas do blog de Annette.